segunda-feira, 5 de março de 2012

Corrida maluca

 

Por: Denise Alves

O programa do Gugu tem um quadro chamado 'Corrida Maluca', onde o participante tem que cumprir uma série de tarefas para que possa acumular pontos e gere dinheiro no final da prova. Acontece que durante a realização dos desafios ele é constantemente interrompido por uma família que chega, parente por parente, e que deve ser colocada dentro de um carro de passeio.
A constante interrupção dessa família acaba atrapalhando muito o participante que tem que largar tudo o que está fazendo e correr para pegar o novo integrante da família que está passeando pelo palco.
Lembrei desse quadro essa semana porque tive uma semana maluca! Parecia que estava participando daquela prova. Estava cheia de coisas para fazer e para piorar, de tempos em tempos surgia algo 'do nada' que exigia que parasse tudo o que estava fazendo para acudir a nova situação.
Essa foi apenas uma semana dentre as demais, porém existem fases ou mesmo vidas inteiras que parecem que estão participando sempre de uma corrida maluca. São pessoas cujo acaso é quase uma constante. Quando tudo parece que está entrando nos eixos, o filho fica doente, perde o emprego de novo, a geladeira para de funcionar. E lá vai ela tirar o dinheiro guardado das férias para comprar remédios ou pagar um conserto que não estava dentro do orçamento.
Pode acontecer de muita dessas situações serem claramente ataques do inimigo para tirar a nossa paz – porque problemas financeiros, e não traição, é a principal causa de divórcios – e atrapalhar nossos planos, e nesse caso as armas de combate são espirituais. Mas também pode ser que essas interferências não tenham nada de sobrenatural, porque na verdade elas decorrem de exclusiva falta de planejamento.
Não se consegue finalizar as tarefas porque ficamos distraídos com o que vai surgindo pela frente. Quem arruma casa sabe o que é isso: acorde sem um planejamento do que fazer nas próximas horas e vai terminar o dia com a casa suja! É a clássica existência do 'deixa a vida me levar'... isso definitivamente não funciona.
Para não ter a constante sensação de viver para apagar incêndios, é preciso fazer um plano muito claro do que é realmente importante e deve ter nossa maior atenção e do que é secundário como tal deve ser tratado. E o mais importante: deve-se seguir esse planejamento. E o que é que isso tem haver com Deus? Tudo. Afinal ele permeia toda a nossa existência e não apenas nosso devocional ou cultos no templo.
A Bíblia nos diz que devemos honrar a Deus em todo o tempo e tem todas as coisas que fazemos (1 Co 10.31) e o mais importante: Ele nos ajuda todo o tempo. Uma das funções do Espírito Santo é nos capacitar para toda boa obra, que não se restringe as atividades eclesiásticas, afinal de contas sem Ele nada podemos fazer(Jo 15.5b). Preste atenção no 'nada'.
Então qual é o segredo? Como todo projeto bem sucedido, deve-se gastar mais tempo planejando do que executando. Separe um tempo antes de começar o dia para ficar com Deus e verificar com ele tanto os assuntos exclusivamente espirituais quanto os de conteúdo secular. Planeje. Esquematize nem que seja apenas nos pensamentos o que fazer, como fazer, por onde começar e onde terminar.
Você verá que as tarefas vão fluir mais rápido e você estará menos desprevenido, pois esse mesmo Espírito, nos avisa de coisas que estão por vir (Jo 16.13b) para que fiquemos antecipadamente preparados e não estejamos correndo de um lado para outro feito malucos.





quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Notório



Estive estudando direito constitucional esse período e descobri que para o preenchimento de alguns cargos públicos se faz necessário um requisito: um notável saber jurídico (Ministros do STF, CNJ, STJ, TSE....) e em outras ocasiões, um notório saber jurídico (Ministros do Tribunal de Contas da União, O quinto constitucional nos tribunais...). E não é a mesma coisa? O pior é que não.
Em direito, notório e notável comportam uma diferença fundamental: a necessidade ou não de provar o conhecimento. O notável saber pressupõe exame, avaliação, demonstração específica do conhecimento, tanto é que os ministros do STF, STJ, as mais altas cortes de justiça do país, são 'sabatinados' pelo Senado Federal – pelo menos era assim que deveria ser, mas como o direito é a arte do faz-de-conta!.... - para provar se detêm considerável saber jurídico, é a chamada 'arguição' prevista no Art. 52, III, da Constituição Federal.
Enquanto que, quando a Constituição fala de 'notório saber jurídico', ela dispensa o exame específico desse saber, visto que ele já está claro, evidente para todos, não precisa mais ser provado, porque 'todo mundo sabe' .
Interessante que a Bíblia diz em Filipenses 4.5 diz: “Seja a vossa equidade notória a todos os homens”. Note o termo usado: Notório. Sinônimo de: “certo, claro, evidente, manifesto, patente, perceptível e visível” que dispensa arguição. Em outra tradução: “Que todo mundo veja” (Bíblia Viva). É assim que Deus deseja que seus filhos andem. Com a justiça evidenciada. Isso pode ser comprovado através de outras passagens bíblicas:
Para Deus somos o bom perfume de Cristo” (2 Coríntios 2.15), que por onde passa deixa uma fragrância agradável. “Assim brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mateus 5.16), pois “Não se acende uma candeia para colocá-la sob o alqueire; mas se a coloca sobre um candeeiro, a fim de que ela clareie todos que estão na casa” (Mateus 5.15)
Ou seja, o que a Bíblia requer é que seus filhos sejam de tal forma impregnados pela Verdade que as pessoas percebam se tratar de uma pessoa diferente, sem que seja preciso uma hora de conversar, tentando extrair o que há de melhor, não! Simplesmente percebe-se.
Mas como todo saber, esse também não surge da noite para o dia, requer dedicação, estudo, esforço, por isso “ocupa-te destas coisas, dedica-te inteiramente a elas, para que o teu progresso seja manifesto a todos” (1Timóteo 4.15)
Pois o exercício físico para pouco é proveitoso, mas a piedade para tudo é proveitosa” (1 Timóteo 4:8). Se pessoas se esforçam para compor a alta corte de justiça do país, e julgar as ações de maior repercussão nacional, que diremos nós “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?” (1 Coríntios 6.2). Acredito que vale a pena ter um notório conhecimento dos céus!
Denise Alves - 23/11/2011