terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Considerações sobre o Salmos 105 e 106




Por Denise Alves
13/02/18

Primeira observação: estou usando a tradução na linguagem de hoje então alguns termos podem ser diferentes em outras versões.
Segunda observação: diferente da maioria das pessoas eu não curto muito o livro dos Salmos, é o conjunto de textos menos lido por mim de todo o velho testamento – um segredo: normalmente leio mais o livro de Números do que o livro dos Salmos. Fazer o que né? Tem gosto pra tudo.
Terceiro: Li os dois salmos no mesmo dia, como alguns diriam ‘de um fôlego só’ e isso me permitiu ver algumas coisas que eu talvez não percebesse se tivesse dado uma pausa entre os dois.
A primeira é que o salmista tem muita consciência da presença de Deus no mundo. Durante todo o salmo 105 ele narra os fatos ocorridos no mundo material e atribui a sua origem à Deus. São inúmeras as vezes durante todo o texto onde ele repete que “Deus fez” - normalmente eu citaria os textos, mas dessa vez sugiro que você leia na sua própria bíblia.
Essa consciência da existência e presença de Deus no cotidiano é algo que o whatsapp e as demais redes sociais tendem a mascarar. Nossos outdoors não são as melhores fontes de lembrança dessa verdade, invisível porém real. Nossa sociedade se tornou mestre em caminhar pelos dias alheia a qualquer manifestação do sobrenatural.
O salmista não. Seja pelo momento histórico ao qual vivia, seja pela cultura centrada no Theo, certo é que o salmo 105 nos lembra que ‘Deus Faz’.
Mas por que Deus faz? O salmista responde: Deus faz porque ele lembra da promessa feita à Abraão. (Sl. 105. 42). É só por isso. Não é porque mereçamos, não é porque ele é obrigado, ele faz porque ele permanece fiel à sua palavra. Ele disse que abençoaria. Ele vai abençoar. O que Ele prometeu, ele cumpre. Simples assim.
Uma aliança foi feita, e a parte que cabe à Deus está garantida, não foi esquecida. Senhor porque tu estás fazendo isso? Porque eu prometi que faria, então estou fazendo. Pois Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente, lembra?
Talvez não. E é isso que nos diz o próximo Salmo. O 106. Esse salmo nos mostra como apesar da fidelidade de Deus, nós nos esquecemos. Israel esqueceu, não apenas uma ou duas, mas inúmeras vezes ele se esqueceu do amor de Deus (Sl 106.7), dos feitos de Deus (Sl. 106.13), até o ponto em que se esqueceram do próprio Deus (v.21).
Só pude visualizar o contraste esses dois salmos porque tive acesso a essas duas informações de modo sequencial. Enquanto que de um lado tenho um Deus que insiste em manter seu amor, do outro temos um povo que obstinadamente teima em esquecer do seu Deus, o substituindo por ídolos sem ao menos dar-se conta disso.
Não posso julgar Israel, não posso julgar você, só posso julgar a mim mesma. (Cada uma examine a si). Qual tem sido a minha resposta à fidelidade do amor de Deus? Qual tem sido minha reação ao seu cuidado amoroso? Tenho cumprido a minha parte na aliança? Ou me distraído com as coisas do mundo, tenho esquecido que o material está sob o controle de um Deus que faz?