quarta-feira, 16 de maio de 2018

A VONTADE DE DEUS?



Por Denise Alves
16/05/18

“Vocês serão expulsos das sinagogas e chegará o tempo em que qualquer que os matar pensará que está fazendo a vontade de Deus”. João 16.2

  • ·         Jesus foi condenado por não fazer a vontade de Deus.  
  • ·         Os cristãos foram perseguidos e mortos por Judeus que pensavam estar fazendo a vontade de Deus.
  • ·         As mulheres na idade média foram mortas sob a alegação de bruxaria, e matá-las era fazer a vontade de Deus.
  • ·         No início do século passado, negros foram escravizados sob a conivência religiosa de que esta era a vontade de Deus, já que nem alma eles tinham.


O que me leva a pensar: O que fazemos hoje pautados na suposta vontade de Deus? O que afirmamos hoje, com toda convicção, ser a vontade de Deus? Pelo que lutamos, matamos, morremos, brigamos, separamos, dividimos baseados na vontade de Deus?
Se a história não consegue nos ensinar qual deve ser o caminho a seguir, ao menos ela nos mostra que podemos estar convictamente seguindo o caminho errado.
A igreja[1] em especial tem problemas seríssimos em admitir o erro, pedir desculpas, se retratar e pior ainda, relativizar suas tão fortes convicções. Demorou séculos para que admitisse o erro de condenar, durante a inquisição, Galileu Galilei por afirmar que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário – o que hoje não contestamos – e nunca se retratou por condenar Giordano Bruno à fogueira pelo mesmo motivo.
Tais erros foram cometidos, como o próprio Jesus afirma, por falta de conhecimento do próprio Deus. “Eles vão fazer essas coisas por que não conhecem nem o Pai nem a mim” JO 16.3. Conhecer a Deus é o único caminho para descobrir qual seja a Sua vontade, institucional e pessoalmente, afinal de contas o Reino é Dele.
Erros serão cometidos, fomos previamente avisados: “mas eu digo isso para que quando essas coisas acontecerem...” JO 16.4, assim sendo cabe a nós, no mínimo, caminharmos hoje com mais humildade ao reconhecer que talvez, e muito provavelmente, essa de fato não seja a vontade de Deus.
Consideremos humildemente a nossa humanidade; nossa inclinação ao erro; nosso discernimento equivocado e aprendendo com a história: julguemos menos.

Soli Deo Gloria



[1] Tendo em vista que até então a Reforma era um movimento novo na Europa, a Igreja Católica representa a totalidade dos cristãos nesse período.