segunda-feira, 31 de julho de 2017

A verdadeira religião

A verdadeira religião
Denise Alves
31/07/17


Resumidamente um dos motivos pelos quais vamos à igreja é para descobrir a vontade de Deus. Aquilo que Deus deseja de nós, espera de nós, almeja que alcancemos. E sinceramente nesse quesito você pode encontrar respostas para todos os gostos.
Algumas igrejas vão dizer que Deus deseja que você seja feliz. Outras que Deus deseja que você seja milionário. Algumas dirão que a vontade Dele é que você nunca mais fique doente ou passe por qualquer dificuldade. Tem também aquelas que apregoam que Deus deseja que você siga um monte de regras como prerrequisito para entrada no céu, dentre eles o dar rigorosamente o dízimo, se vestir de determinada forma, e guardar alguns dias sagrados. Um maravilhoso menu de possibilidades.
E essa de fato é uma pergunta antiga. Os primeiros cristãos já a fizeram. Ao que Tiago respondeu, na minha opinião, claramente: A religião que Deus o nosso Pai aceita como pura e sem falhas é aquela que cuida dos órfãos e viúvas em suas dificuldades e que permanece fiel ao Senhor, sem se contaminar com o mundo. (Tg 1.27).
Uma resposta que envolve pouco do sucesso nos padrões desta Terra. Ela não olha para o que você pode obter ao se re-ligar a Deus (afinal essa é a tradução da palavra Religião), mas o que você pode dar, quando essa religação é feita.
Diferente das religiões pagãs que tendem a oferecer sacrifícios para seus deuses em troca de favores pessoais, a nossa percorre o caminho inverso - porque recebi, dou – e o que damos?  Exatamente o que recebemos: Misericórdia. “Se vocês soubessem o que significa 'quero misericórdia e não sacrifício'” (Mt 12.7).
Jesus insiste nesse conceito durante toda sua vida na Terra, trazendo luz a ensinamentos antigos mal interpretados durante anos pelos Judeus, que focalizando no aspecto exterior e vivendo uma vida de aparências, achavam que podiam enganar a Deus assim como enganavam uns aos outros.
O que entra pela boca não torna o homem 'impuro'; mas o que sai de sua boca, isto o torna impuro … porque as palavras que saem da boca veem do coração e contaminam o homem que fala essas palavras, porque do coração saem os maus pensamentos, os homicídios, adultérios, imoralidades sexuais, roubos, mentiras e as calúnias”. (Mt 15.11, 18 e 19)
Note como o foco da atenção está no coração. E mais uma vez: Portanto, se você estiver apresentando sua oferta diante do altar e ali se lembrar de que seu irmão tem algo contra você, deixe sua oferta ali, diante do altar, vá e faça as pazes com ele, depois volte e ofereça o seu sacrifício a Deus. (Mt 5.23-24). E diversas outras passagens que poderiam aqui ser citadas.
Podemos notar que Deus primeiramente deseja de nós um coração misericordioso. Porque no final de nada vai adiantar ter tido todos os dons do mundo e alcançado todas as riquezas da Terra se ouvirmos: “Vocês nunca foram meus, vão embora, porque suas obras são más” (Mt 7.23), pois “Vocês estavam contaminando seus sacrifícios com sua vida cheia de egoísmo e maldade. E não contaminavam só os sacrifícios, mas tudo o que vocês ofereciam a mim.” (Ag 2.14).
Um coração cheio de egoísmo e maldade, incapaz de se voltar para o outro e cuidar dos necessitados, sejam eles órfãos, viúvas, refugiados, moradores de rua, o cunhado chato, o colega de trabalho implicante, etc.... essa é a receita de um caminho que leva para longe de Deus e não a verdadeira religião, leia-se, re-ligação.
A fé que não se manifesta por meio de boas obras, é morta. (Tg 2.17)