Por: Denise Alves
Esse mês fui a um concerto da
Orquestra Sinfônica de Sergipe, gosto de música instrumental.
Geralmente a ORSSE convida algum maestro e/ou solista para suas
apresentações, desta feita tive o prazer de ouvir o maestro chileno
Vitor Hugo Toro.
De todos presentes ele, com certeza,
era a pessoa que mais estava curtindo a apresentação. A sua forma
de conduzir a orquestra demonstrava imenso prazer no trabalho
executado, mas o que mais me chamou atenção foi a atitude dos
músicos.
Todas as vezes que assisto aos
concertos de música clássica, uma pergunta sempre me vêm a mente:
esse maestro faz alguma diferença? Porque os músicos ainda precisam
dele se existe uma partitura a ser seguida? Ainda não me convenci do
sim de modo geral, mas nessa apresentação em particular, os músicos
me disseram um ensurdecedor SIM: o maestro faz toda a diferença.
Cada violinista, percussionista, os
que tocavam os violoncelos, oboés, o piano... TODOS não desgrudavam
os olhos do maestro, porque ele, de alguma forma, estava alterando a
melodia!
Isso me lembrou o Senhor. Uns o
comparam a um habilidoso arquiteto do universo, que colocou todas as
coisas nos seus devidos lugares. Outros preferem compará-lo com um
sábio escritor - que até mesmo escreve certo por linhas tortas
(não gosto dessa expressão). Na ocasião, Deus me pareceu um
magnífico Maestro.
Aquele que escreveu a partitura.
Aquele que a conhece como ninguém. Aquele que – mesmo sem precisar
– aprouve chamar uma equipe de músicos para executá-la, na qual
eu e você estamos inseridos. E o mais importante, não nos abandonou
à apresentação.
A ideia do arquiteto sugere um
distanciamento para apreciação da obra-prima. Quando tratam Deus
como escritor, normalmente o retratam, observador dos seus
personagens. Mas quando ele é um maestro, ele participa, interfere,
modifica, se impõe. O que exige atenção por parte dos músicos
para o mais sutil movimento de suas mãos. Atentos para o que Ele
quer que seja feito.
Nas palavras do escritor do Salmos
“assim os olhos da serva atentam para a mão de sua senhora, assim
os nossos olhos atentam para as tuas Mãos ó Deus” (Sl. 123.2)
Sim Senhor, a sinfonia é tua. Quanto
a mim: Permaneço atento as instruções das Tuas mãos.