terça-feira, 28 de junho de 2011

QUE MANEJA BEM A PALAVRA DE DEUS


Se existem pessoas que são a favor do desenvolvimento tecnológico uma dessas pessoas sou eu. E mais do que o seu desenvolvimento, defendo principalmente a sua aplicação nos mais variados setores da sociedade como forma de integração, socialização, produção e difusão de conhecimento, por serem sem dúvida, instrumentos de ensino e aprendizagem poderosíssimos.
Entretanto tenho uma ressalva a fazer com relação a sua utilização no meio da igreja. Mais especificamente durante a liturgia. É verdade que as Bíblias eletrônicas são excelentes ferramentas no estudo da Palavra, com o grande complexo de funções que agregam como mapas, enciclopédias, dicionários, textos em várias versões bíblias, etc.  Repito para o estudo.
E estudo esse a ser desenvolvido em ambiente ou oportunidade a ele especificada. A utilização das bíblias eletrônicas ou o copiar-colar de passagens bíblicas transmitidas em datashow durante o culto em substituição ao manuseio pessoal da Bíblia impressa não me parece ser uma escolha das mais eficientes.
Já ouvi dizer que essa prática tem por finalidade a unificação das versões bíblicas utilizadas pelos membros, o que acaba dificultando o acompanhamento da leitura do texto no templo, ou que a projeção do texto se deve ao fato dos visitantes que não possuem bíblias acabarem se sentindo excluídos da participação litúrgica.
As boas intenções são válidas, mas não são as únicas soluções para os problemas apresentados – se tem versões diferentes pede para que acompanhem ouvindo a leitura feita por uma versão escolhida e se os visitantes não tem bíblia, algum membro chega junto e lê com ele – além de terem alguns efeitos colaterais.
O que percebo em reuniões onde as pessoas sabem que todos os textos utilizados desde a abertura do culto até a ministração da palavra, serão projetados no datashow é que elas não trazem mais suas Bíblias para o culto, se é que as possuem! Ficando totalmente dependente das porções ali disponibilizadas, o que enfraquece a compreensão mais abrangente do tema, impede que os textos sejam marcados para posterior verificação em casa e, na minha opinião o pior, não desenvolve intimidade com o manuseio da própria Bíblia – não sabe se determinado livro fica no novo ou no velho testamento!
Essas são questões primárias para o crescimento do crente. Se a igreja não incentiva, ou indiretamente, desestimula o estudo da própria Bíblia, como ela espera ter crentes maduros e fortalecidos na palavra? Se esses crentes não sabem nem sequer manuseá-la! Paulo incentiva seu discípulo e amigo Timóteo a ser um exímio conhecedor das escrituras (2 Timóteo 2:15), habilidade essa que começa com passos básicos, como a simples localização dos livros.
Saber separar a hora e a oportunidade para utilização das tecnologias é o que faz a diferença entre um recurso somente eficiente, funcional e um recurso eficaz, que alcança o objetivo proposto.  Lembrando sempre que nem toda mudança é sinal de progresso, pois existem alguns marcos que nunca devem ser mudados de lugar. A Bíblia é um deles.



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